“Os filhos de Deus e os filhos do diabo manifestam-se assim: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem quem não ama a seu irmão” (1 João 3:10)

(As citações bíblicas feitas aqui foram extraídas da “Bíblia Sagrada Almeida Século 21”)

Dada a grande repercussão que a matéria “Os ‘Pecadores-Heróis’ da Fé” causou junto aos nossos leitores, sinto-me na obrigação de esclarecer mais uma vez o meu ponto de vista em relação ao pecado e ao “ser um pecador”. PEÇO A TODOS QUE LEIAM ISTO ATENTAMENTE.

Já de início, vou citar 1 João 3:8a: “Quem vive habitualmente no pecado é do diabo, pois o diabo peca desde o princípio”; e o versículo 9: “Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente, pois a semente de Deus permanece nele, e ele não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus”.

O Apóstolo nos diz que “quem vive habitualmente no pecado”, ou seja, costumeiramente, pecando por pura leviandade, sem se arrepender, é do diabo. Isto está muito claro. Trazendo para os nossos dias, ele fala daquelas pessoas que, mesmo frequentando uma igreja e tendo sido batizadas, não são convertidas, vivendo de acordo com a mentalidade do mundo e, consequentemente, fazendo a vontade do adversário. Jesus nos disse que é necessário ao homem nascer de novo: “da água e do Espírito” (João 3:5). O batismo (que significa “imersão”) é, a princípio, a manifestação de uma conversão interior já principiada pelo Espírito Santo. Entretanto, o operar do Espírito Santo não tem livre curso na vida de alguém que não se coloca na presença de Deus, que não ora diariamente, que não o louva com sinceridade e não busca realmente servi-lo em novidade de vida. Então essas pessoas, na verdade não foram “nascidas de Deus” (convertidas), “porque, se fossem, não poderiam continuar no pecado”. Na CCB, como as pessoas não são preparadas biblicamente para o batismo, mas se batizam quando “sentem” e não quando “entendem” o que estão fazendo, é extremamente comum pessoas não-convertidas serem batizadas.

Este é o “xis” da questão, porque a doutrina DA CCB condena todos os que cometem pecados depois do batismo. João afirma que “quem diz que não comete pecado faz Deus de mentiroso” (1 João 1:10). Portanto, não é de se estranhar, ainda mais, que pessoas não-convertidas caiam em pecados, inclusive terríveis, como o adultério e a fornicação. Os grandes problemas são os seguintes: - a CCB considera estes dois pecados como sendo “de morte”(sem perdão), o que é anti-bíblico, pois Jesus nos ensinou que somente a blasfêmia contra o Espírito Santo o é (Mateus 12:31); para a CCB, o batismo perdoa pecados, o que também não encontra respaldo algum nas Sagradas Escrituras, que dizem que é o sangue de Jesus (e não as águas do batismo) que possui o poder de nos purificar de todo o pecado e de nos justificar diante de Deus (Rom 5:9; Heb. 9:14; 1 João 1:7). Assim sendo, quando os queridos irmãos em Cristo que são membros da CCB ouvem a palavra “pecado”, logo se lembram do adultério ou da fornicação e, pela mesma lógica, ao suposto fato de a pessoas que os cometeram já estarem condenadas por Deus, não restando mais qualquer sacrificio para elas, uma vez que teriam cometido pecados imperdoáveis diante de Deus.

Posso expôr o que eu disse até aqui da seguinte maneira:
• O fato de uma pessoa qualquer frequentar uma igreja e ser até mesmo batizada, não significa, necessariamente, que ela seja convertida a Jesus Cristo;

• as pessoas não deveriam ser batizadas sem entenderem exatamente o que estão fazendo, como que por emoção, sem estarem de fato conscientes do compromisso que estabelecem com Deus mas que, contudo, é APENAS SIMBOLIZADO PELO BATISMO;

• como, entretanto, na CCB as pessoas se batizam quando “sentem” e não quando entendem, elas estão muito mais propensas a cairem em pecados mais graves e até a abandonarem a fé;

• independentemente disso, todos nós estamos sujeitos a pecado, ou, como gostam de dizer os irmãos, “sujeitos a erro”. O que os irmãos não sabem é que a palavra “pecado” significa isto mesmo: “erro”. Portanto, quando eu digo que “peco”, estou dizendo simplesmente que estou sujeito a erro, tanto quanto os irmãos, e não que eu peco incessantemente, como que tendo prazer nisso, ou mesmo achando isso correto! Dessa forma, podemos dizer que todos nós somos pecadores, no sentido de que estamos sujeitos a erro, mas não no sentido de pecarmos habitualmente, de maneira deliberada, porque assim estaríamos fazendo a vontade do diabo;

• qualquer pecado, seja ele cometido por um convertido ou por um não-convertido, POSSUI PERDÃO, a não ser a blasfêmia contra o Espírito Santo, MESMO TENDO SIDO PRATICADO DEPOIS DO BATISMO!;

Para finalizar, quero fazer uma pequena reflexão baseada em 1 João 3:10: “Os filhos de Deus e os filhos do diabo manifestam-se assim: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem quem não ama a seu irmão”.

A minha intenção com o texto “Os ‘Pecadores-Heróis’ da Fé” foi mostrar que muitos cristãos, apesar de terem cometido erros considerados “mortais” pela CCB, e serem excluídos da comunhão da igreja, não rejeitaram a Jesus, sendo que alguns, aliás, passaram pelo processo de conversão somente depois destes fatos, arrependendo-se, e experimentando a misericórdia divina que anteriormente não conseguiam compreender.

A pergunta que faço é: os irmãos da Congregação Cristã no Brasil estariam verdadeiramente “amando a seus irmãos” e, consequentemente, sendo “filhos de Deus”, ao negarem, sem base bíblica alguma, o perdão ao seu próximo que errou?

Respondam para si mesmos...