Os "Pecadores-Heróis" da Fé


"O meu problema foi sério [...] voltei com a minha amada. Voltamos com tanto amor e paixão, que alguns meses depois ela ficou grávida[...]Decidimos assumir com muito respeito e responsabilidade, mesmo sem ter nada. [...]Perdi a Liberdade, lógico. Mas fui Homem de assumir e casei com ela [...]Eu continuei congregando firme e forte [...]Alguns irmãos até olhavam para mim com desprezo [...] Outros, muito carinhosos, me incentivavam [...]Eu achava que minha condição era passageira, que logo ‘Deus faria uma obra comigo’ e eu teria total liberdade no meio da Igreja novamente - era questão de tempo. Mal eu sabia que na Igreja dos Fariseus, quem pecou era condenado eternamente".

Estas tristes palavras fazem parte do testemunho de vida do irmão em Cristo, Marcos , referente ao tempo em que ele esteve preso à Congregação Cristã no Brasil.
Muitas pessoas não conseguem compreender o mal que uma seita pode fazer a um cristão sincero, e os traumas que ela, necessariamente causa, ao menos por algum tempo, naqueles que se libertam dela.
Às vezes, quase me sinto magoado com as palavras injustas que recebo, em troca de denunciar os aspectos destrutivos da doutrina da CCB, e me propor a ajudar aqueles que necessitam de apoio para se libertarem dela.
Somente aqueles que conheceram profundamente a doutrina, a cultura oral, o modus operandi, enfim, os mecanismos através dos quais a CCB funciona, estão autorizados a defendê-la ou a combatê-la.
Nasci e fui criado dentro da CCB. Nela passei toda a minha infância e a maior parte da minha adolescência. Fui músico da Congregação. Fui Auxiliar de Jovens. Tinha bom testemunho e bom relacionamento com parte do Ministério da minha região.
Desculpe, mas eu possuo exatamente a mesma autoridade para falar sobre ela, que qualquer um que também haja nascido de pais “congregacionistas”, estando ainda nela, ou não.
Afirmo categoricamente que pessoas tais como Ricardo Adam, Marcos, eu, e muitos outros, somos “pecadores-heróis” da fé. “Pecadores” porque cometemos erros; “heróis” porque, graças a Deus, sobrevivemos às tentativas de assassinato espiritual perpetradas pelos anciães da CCB contra nós.
As palavras do nosso nobre irmão Marcos são emblemáticas, denotam toda a sinceridade que ele possui e toda a ingênua inocência que ele possuía na época:

“Eu achava que minha condição era passageira, que logo ‘Deus faria uma obra comigo’ e eu teria total liberdade no meio da Igreja novamente - era questão de tempo. Mal eu sabia que na Igreja dos Fariseus, quem pecou era condenado eternamente".

Várias vezes eu me perguntei se estava realmente certo este trabalho que eu estou fazendo, se ele realmente seria bom para a Obra de Deus. E, cada vez que eu me lembro de casos como o deste irmão, eu recebo a resposta: “Sim, este trabalho é verdadeiramente necessário”.
Meus amados, pastor é aquele que apascenta as ovelhas, que passa remédio em suas pisaduras, que se dá ao trabalho de ir em busca daquela que se perdeu! Pastor não é quem fere as ovelhas, expulsa-as do aprisco e as coloca para morrerem sozinhas no deserto da vida!
Quantos “pecadores-heróis” da fé eu conheço! Quantas pessoas que “tinham tudo para dar errado”, para se perderem no mundo, mas não aceitaram o rótulo de “pecadores” e se tornaram cristãos ainda melhores do que eram! Quantos eu vi serem feridos pelos lobos devoradores por trás dos púlpitos da CCB, e sobreviverem aos mais cruéis e horrendos ataques, pela misericórdia de Deus! Você não conhece ninguém assim? Tem certeza?
Eu tenho um amigo de infância que ainda hoje é membro da CCB. Ele é músico e sua comum é a Central da cidade onde reside. Eu e ele crescemos juntos, brincamos nos corredores daquela congregação, brigamos as nossas briguinhas de criança, tivemos as mesmas sensações ouvindo os cultos, aprendendo música na igreja, sendo auxiliares de jovens, passando muitas noites acordados em sua casa, conversando, brincando, tocando, como qualquer adolescente faz. Nossa história, até a adolescência, é idêntica em várias aspectos.
Os irmãos mais antigos da região, que viram este rapaz nascer e crescer, que um dia o pegaram no colo, que um dia cantaram hinos ao som do seu instrumento, foram os mesmos que não perdoaram um único erro cometido por ele. Sentenciaram-no a permanecer pelo resto de sua vida “sem liberdade”, sendo humilhado e desprezado por todos a sua volta. No único momento em que precisou da misericórdia deles, não a alcançou. Não fosse uma revelação (que considero verdadeira) dada a um ancião da região, esta sentença estaria em vigor até o dia de hoje. Mesmo assim, ele cumpriu uma dura “pena” de 5 anos de amargura e isolamento, sem parar de congregar.

Eu te pergunto: este não é um herói da fé? Não é alguém cuja fé em Jesus foi (e é) muito maior do que a situação objetiva, completamente adversa, que enfrentou?

Outro “pecador-herói” da fé é o nosso irmão Marcos, que soube fazer de um erro muitos acertos: esposa e filho, uma família abençoada por Deus. Foi honesto desde o princípio, confessando sua falta, assumindo a paternidade e casando-se com a moça, mesmo sem ter condições materiais para isto. Serve realmente de exemplo para muitos “casais virgens” da Congregação, que têm filhos “prematuros de 4 kilos”, como diz o próprio autor em seu testemunho.
Eu afirmo com absoluta sinceridade que, se há uma razão que me faz ter certeza da legitimidade do Ministério de Libertação e Apologética Cristã, que com a ajuda de Deus vimos desenvolvendo, esta razão reside em não permitirmos que as ovelhas do Sumo Pastor, Jesus Cristo, morram sozinhas entre os pedregais, por falta de remédio (Palavra de Deus – Bíblia) e de ombros acolhedores (misericórdia).

A mim, Isaias Medeiros, que sou um pecador miserável, completamente carente da misericórdia divina, podem xingar, escarnecer, caluniar e difamar à vontade.
Tenho plena consciência dos meus pecados, mas também tenho a firme e inabalável certeza de que o meu Salvador é maior do que eles, e que Seu sangue é poderoso para me limpar de toda mácula.

Finalizo, transcrevendo parte de um dos melhores textos que já pude ler em minha vida, e que é de autoria do Pastor Daniel Rocha, da Igreja Metodista em Itaberaba:

“Estou farto dos semideuses, que não tem um pecado a confessar, um deslize a lamentar, que nunca arriscou nada na vida e sempre fez as escolhas certas. Confesso que tenho me sentido mais pecador que santo. Quando subo ao altar, o que vem à minha mente é a minha indignidade. Quando oro, não ouso pedir nada baseado em minhas virtudes ou trabalhos realizados. Preciso sempre esperar na misericórdia divina. Admiro quem diante da glória de Deus se sente bem. Eu me sinto como Isaías: ‘ai de mim, estou perdido’, pois vem à tona o meu ser pecador. Ser santo é reconhecer-se pecador. Quero repetir Martinho Lutero: ‘não tenho outro nome, senão o de pecador; pecador é o meu nome; pecador, meu sobrenome’”.

Leia-o na íntegra AQUI